Assim como a figura materna, o vínculo paterno de uma criança exerce influência na sua vida e em diferentes âmbitos, como o familiar, profissional, emocional, o de relacionamentos, o de convívio no cotidiano, além de tantos outros aspectos. Se bem preparado para a paternidade, o pai consegue transmitir de forma eficaz o amor que sente ao filho e também escutar e dar o que o filho precisa, criando laços fraternais.
“Filhos não vêm com manual de instrução. As habilidades parentais efetivas não são herdadas, mas sim aprendidas”; explica a psicóloga Regina Rabelo, que trabalha com educação parental há dois anos e atende em Criciúma. “Todo ser humano, quando
nasce, precisa que o seu cuidador também forneça um vínculo seguro, que tenha estabilidade, cuidado, carinho. Tudo isso são necessidades básicas”, ressalta Regina. Ela afirma que a criação faz diferença na formação da personalidade da pessoa. A criança
bem assistida poderá ter mais estabilidade emocional, segurança de si e facilidade de ter relações.
Conexão
Pesquisas atuais mostram que os pais têm procurado estar mais presentes na criação dos filhos. Segundo uma reportagem publicada no site da revista Exame, no último mês, uma pesquisa de O Boticário, realizada pela consultoria de pesquisa de mercado e consumo Grimpa, revela que os pais estão se esforçando para cumprirem os seus papéis de forma
menos machista. A pesquisa ainda revelou que os pais estão dando mais abraços e fazendo carinho nos filhos, além de dizerem frases encorajadoras e amorosas.
A recomendação é que haja um preparo para a paternidade. Para a psicóloga Regina, os limites são necessários, mas é preciso ter equilíbrio. “Por meio da educação parental, os pais estão conseguindo entender que não dá para continuar fazendo como os pais deles fizeram. Hoje a gente já tem condições de educar de uma maneira que consigamos estabelecer uma relação de respeito entre pais e filhos e não de medo”.
Os pais que foram criados amorosamente apresentam uma facilidade de convívio com os filhos. “Eles querem promover isso para os filhos hoje. Quando eles têm momentos assim (os filhos), conseguem ter boas lembranças e conseguem se conectar muito mais emocionalmente”.
Ralf Bernd Orben, de 37 anos, morador de Orleans, está fazendo educação parental e sente
que consegue ser um pai melhor. “Minha filha com seus dois anos de vida me mostra o quanto preciso evoluir como pai, esposo e ser humano. A educação parental me mostrou o pai que eu estava sendo e está me guiando para me tornar um pai melhor, como sempre sonhei em ser: que acolhe e que ao mesmo tempo ensina de maneira firme, porém, gentil”, conta Orben.
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